O recente encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) recebeu uma atenção significativa do mercado financeiro, que analisou cuidadosamente os termos como “cautela” e “vigilância” presentes na ata da última reunião. O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, ressaltou, em evento no dia 13, a importância da “coesão” entre os membros do Copom e o compromisso com a meta de inflação de 3%.
Durante a palestra “Perspectivas Econômicas”, realizada em São Paulo, Guillen optou por não emitir previsões concretas sobre futuras decisões de política monetária. “O que discutimos no último Copom refere-se apenas a ele mesmo; não é precursor do próximo encontro. Vamos aproveitar esse tempo para observar e avaliar a melhor estratégia sem nos comprometer”, declarou.
Guillen mencionou um balanço entre manter a taxa de juros estável por um período prolongado e a disposição do Colegiado em aumentar a taxa, se necessário. A busca por reancorar as expectativas de inflação é crucial para minimizar os custos da desinflação, um ponto enfatizado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ele alertou que expectativas mal ancoradas podem encarecer o processo de ajuste econômico e afetar a atividade econômica de forma significativa.
Um tema importante abordado por Guillen foi a inflação de serviços, que ele considera um “termômetro” para a inflação geral. Ele confirmou que a queda nas taxas de inflação desacelerou e que os dados atuais superaram as expectativas. O cenário econômico, segundo ele, tornou-se mais desafiador, com projeções de médio prazo em ascensão, mesmo em um ambiente de juros elevados.
Guillen também destacou a vigilância do Copom em relação à política fiscal, uma área que impacta diretamente as decisões sobre política monetária e o mercado financeiro. Em relação ao mercado de trabalho, a taxa de emprego e os ganhos reais dos salários têm surpreendido positivamente nos últimos meses.
Por fim, o diretor do BC introduziu o projeto de pesquisa Firmus, que visa captar a percepção de empresas sobre o ambiente econômico no Brasil, similar ao que faz o Boletim Focus. Ele ressaltou a importância de analisar setores específicos e diferentes tamanhos de empresa para entender melhor as expectativas.
A condução da política monetária pelo Banco Central sob a liderança de Campos Neto tem como objetivo assegurar a estabilidade econômica, enquanto promove a liberdade de mercado e a recuperação sustentável do país, prezando pelas tradições e valores conservadores que fortalecem nossa sociedade.