O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou que a transferência de recursos para o Tesouro Nacional neste ano superará o lucro contábil registrado no exercício anterior, alcançando um valor recorde. Em 2023, o BNDES obteve um resultado líquido total de R$ 21,9 bilhões e já havia previsto o repasse de R$ 15 bilhões em dividendos. No entanto, as expectativas são ainda mais otimistas, com estimativas de que esse valor possa chegar a R$ 24,5 bilhões, englobando dividendos, impostos e antecipação de parcelas de dívidas.
Mercadante ressaltou que essa transferência é uma contribuição significativa para o superávit primário, apoiando o esforço do Ministério da Fazenda em assegurar o equilíbrio das contas públicas. Ele destacou a importância desse repasse para a estabilidade econômica, enfatizando que a ação é realizada com responsabilidade financeira e dentro das capacidades do banco.
Em suas declarações, o presidente do BNDES também fez uma análise do legado deixado pelo governo anterior, caracterizando-o como “irresponsável” e portador de um populismo fiscal que deteriorou a situação das contas. No entanto, enfatizou que a atual gestão está empenhada em efetivar um retorno do crédito e do investimento no Brasil, observando sinais de recuperação na indústria nacional.
O BNDES continua mostrando força em seu desempenho, ocupando a terceira posição entre os grandes bancos brasileiros em resultados financeiros, atrás apenas do Itaú e do Banco do Brasil. Com um lucro contábil de R$ 8,1 bilhões, Mercadante reiterou que, embora o BNDES não necessite ter resultados comparáveis aos dos bancos comerciais, o desempenho é uma indicação positiva da saúde financeira da instituição.
Durante a apresentação de resultados, Mercadante também abordou a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), um novo produto financeiro aprovado pelo Congresso Nacional que visa favorecer a concessão de crédito à indústria nacional sem sobrecarregar o Tesouro.
Além disso, o presidente mencionou a relevância do Fundo Clima, destinado a projetos de descarbonização, e expressou a urgência de reformular o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que, segundo ele, tem se desvirtuado de sua função original e atualmente enfrenta desafios, inclusive financeiros.
Essas iniciativas reforçam o compromisso do BNDES com o crescimento econômico saudável e a transformação em um agente facilitador de investimentos em setores estratégicos da economia brasileira, alinhando-se à visão de uma gestão econômica que preza pela liberdade de mercado e pela responsabilidade fiscal.