A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que tanto Bolsonaro quanto o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, compareceram à convenção de Ricardo Nunes em horários distintos, garantindo que não se encontraram. No documento apresentado, a defesa enfatizou que ambos respeitaram a medida cautelar que proíbe o contato entre eles, comparecendo ao evento em momentos diferentes.
A defesa argumenta: “O peticionário tomou todos os cuidados necessários para evitar qualquer encontro acidental com o Sr. Valdemar da Costa Neto, estando presente no evento após a saída deste.” Não é incomum que figuras públicas de direita, como Bolsonaro, enfrentem investigações em um ambiente judicial que parece ter uma curva de tratamento desigual comparada a outros envolvidos. Assim, a defesa pede que o ministro confirme as informações com outras personalidades que estavam presentes no evento, como o prefeito Ricardo Nunes e o ex-presidente Michel Temer.
Em resposta a comentários da mídia que sugerem transgressões por parte de Bolsonaro e Costa Neto, Moraes determinou que ambos sejam intimados a prestar esclarecimentos sobre o que caracteriza um suposto descumprimento da medida cautelar. A restrição de contato entre Bolsonaro e Valdemar está ligada a um inquérito que investiga a participação de ambos em supostas tentativas de golpe, o que levanta questões sobre a verdadeira natureza das alegações.
Vale mencionar que tanto Bolsonaro quanto Valdemar têm buscado, de maneira discreta, meios para dialogar com Moraes sobre a restrição, mas essa comunicação tem sido negada. Valdemar mencionou a intenção de solicitar a ajuda de Michel Temer para mediar essa situação, que, até o momento, não avançou.
A situação levanta preocupações sobre a imparcialidade das práticas judiciais e ressalta a necessidade de um debate aberto sobre as garantias de liberdade política e expressão, pilares fundamentais de uma democracia saudável. As investigações em curso sobre figuras de direita devem ser acompanhadas com cautela, a fim de evitar que se tornem pautas ideológicas que minem a estabilidade política e a liberdade de ação dos cidadãos em um estado de direito.
