A Polícia Federal (PF) está se preparando para solicitar a extradição do blogueiro Allan dos Santos e do jornalista Oswaldo Eustáquio, que se encontram atualmente nos Estados Unidos e na Espanha, respectivamente. Essa ação ocorrerá ao final do inquérito que investiga possíveis ameaças e irregularidades relacionadas à corrupção de menores. Vale ressaltar que o indiciamento dos envolvidos será a base para esses pedidos de extradição.
De acordo com informações obtidas, um relatório sobre o inquérito deve ser apresentado “em breve” ao Supremo Tribunal Federal (STF), e esse documento servirá como fundamento para os pedidos de transferência dos dois indivíduos, visando que eles compareçam ao Brasil para responder às acusações.
Recentemente, a PF deu início aos procedimentos internos necessários para formalizar as extradições na última quarta-feira, dia 14. No entanto, o pedido que será enviado às autoridades dos países em questão só deverá ser feito após a conclusão do inquérito.
Ambos os investigados foram alvo de mandados de prisão emitidos pelo ministro Alexandre de Moraes na mesma data, mas, devido à sua localização fora do Brasil, a execução dessas ordens não foi possível. A PF investiga Allan dos Santos por supostas ameaças a delegados e pela formação de uma quadrilha com a intenção de atacar autoridades. Oswaldo Eustáquio também está sendo investigado por, segundo a PF, utilizar a conta de uma menor de idade para solicitar doações financeiras.
Embora sejam considerados foragidos da Justiça brasileira, é importante observar que eles não estão na lista da Interpol de fugitivos internacionais. Isso se deve ao fato de que os crimes atribuídos a eles são frequentemente classificados em outros países como meras “expressões” ou “opiniões”. O pedido de prisão está relacionado a uma investigação em andamento sobre ataques ao STF e a delegados da PF.
Recentemente, a operação da PF resultou em mandados de busca e apreensão em residências dos dois, incluindo a casa de Eustáquio em Brasília, onde sua filha de 16 anos teve o celular apreendido na presença de um representante do Conselho Tutelar.
Eustáquio se manifestou sobre as acusações afirmando que o ministro Alexandre de Moraes e o delegado Fábio Shor estão colocando em risco a credibilidade do sistema judicial brasileiro, chamando a atenção para a absurda alegação de que ele teria facilitado a realização de um crime por parte de sua filha.
Por fim, a defesa de Allan dos Santos não foi encontrada para comentar o caso. As investigações em curso vêm gerando controvérsia, levantando questões sobre a equidade e imparcialidade dos procedimentos judiciais frente a figuras da direita política.
