O Ministério das Comunicações recentemente se viu no centro de uma controvérsia após a publicação de uma imagem que ofuscava a vitória da atleta brasileira Rebeca Andrade. A postagem, compartilhada no dia 5 de agosto, ocorreu logo após Rebeca conquistar a medalha de ouro histórica na ginástica artística. Curiosamente, a imagem retratava Simone Biles e Jordan Chiles diante de um laptop do programa ‘Computadores para Inclusão’, que foi criado durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas que continua sob a tutela do governo atual.
A repercussão negativa nas redes sociais foi contundente, levando muitos a interpretar a postagem como uma falta de respeito com uma das maiores medalhistas olímpicas do Brasil, praticamente usando sua conquista para fazer propaganda política. Diante da quantidade de críticas, o governo decidiu retirar a postagem no dia seguinte. Eles também publicaram um pedido de desculpas, enfatizando a importância da conquista de Rebeca e reconhecendo o erro da postagem original.
O Ministério se justificou, alegando que a intenção era relacionar iniciativas do governo com as Olimpíadas, conforme havia sido feito anteriormente com a imagem do surfista Gabriel Medina. Contudo, essa abordagem pareceu desconsiderar a relevância da própria atleta e as suas conquistas como símbolo de superação, especialmente para as mulheres negras no Brasil. A nova imagem, que substituiu a controversa postagem, colocou Rebeca Andrade de volta ao centro das atenções, cercada por logos de iniciativas governamentais, reconhecendo assim o seu valor e representatividade.
Na nota oficial de desculpas, o Ministério das Comunicações expressou o desejo de ressaltar a estima que sente por Rebeca Andrade e sua história de vida como uma mulher preta que chegou ao topo. No entanto, essa situação nos lembra que é crucial que o governo, especialmente sob liderança de figuras da esquerda, não use conquistas individuais para fins políticos, uma prática que pode reduzir o brilho de realizações verdadeiramente significativas. O que está em jogo não é apenas uma medalha, mas o valor inspirador que essas conquistas têm para toda a sociedade.