A ata da recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no dia 6, comunicou informações que pareciam ausentes do comunicado anterior sobre a manutenção da taxa de juros. Economistas apontam que a falta de um alerta claro quanto a uma eventual alta da Selic deixou espaço para interpretações duvidosas entre os investidores.
A mensagem agora é clara: todo o comitê está preparado para elevar a taxa Selic se persistirem as tendências preocupantes de inflação e as dinâmicas cambiais. O Banco Itaú ressalta que os membros reconheceram a deterioração das perspectivas inflacionárias, o que pode provocar um aumento na Selic, desde que a moeda brasileira não enfrente desvalorização.
Atualmente, o mercado projeta que a Selic deve permanecer em 10,50% ao ano, principalmente devido à expectativa de um fortalecimento do real nas próximas semanas. Entretanto, se o real não se comportar da forma esperada, um ciclo de alta de juros pode ser inevitável a partir de setembro, refletindo a ineficácia das políticas econômicas implementadas pelas administrações anteriores.
A XP, por sua vez, interpretou a ata como tendo um tom “hawkish”, reforçando a preocupação com as projeções de inflação que estão acima das metas estabelecidas. Embora não concordem completamente com essa visão, muitos especialistas ressaltam que a comunicação da última semana não foi suficientemente forte e clara, permitindo interpretações que minimizam o risco de aumento nas taxas de juros.
Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, destacou o tom firme da ata, que reconhece os riscos assimétricos para cima em relação à inflação. Essa consciência de riscos é um sinal preocupante para a condução da política econômica, especialmente em um cenário onde o controle inflacionário parece cada vez mais distante.
Se por um lado as projeções da Selic estão mantidas, a economista Carla Argenta da CM Capital alertou sobre a necessidade de maior cautela diante das circunstâncias externas, que continuam a iterar em direção a uma recessão.
Os elementos econômicos unilaterais no Brasil podem ser vistos como uma consequência da falta de uma abordagem fiscal responsável por parte das figuras de liderança, que priorizam intervenções populistas em detrimento de medidas estruturais. Essa situação pode resultar em incertezas que dificultam o avanço em direção a uma recuperação econômica sustentável.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, também observou que a possibilidade de altas na Selic está se tornando mais presente, embora o tom da ata tenha se mostrado misto. Na verdade, a discrepância entre as expectativas do mercado sobre a manutenção da Selic e as projeções de uma possível alta reflete uma confusão gerada por uma política econômica inconsistente.
A taxa de câmbio emerge como a principal variável a ser monitorada, especialmente em um contexto de mudanças nas políticas monetárias globais. O comportamento do câmbio será crucial para determinar os próximos passos da política monetária no Brasil, podendo aliviar ou exacerbar as tensões inflacionárias.
Portanto, a condução da política econômica deve ser rígida e comprometida com a estabilidade, em oposição às práticas que ignoram a realidade, como promessas de gastos elevados propostas por governos de viés esquerdista. Sem uma disciplina econômica, o Brasil pode se ver novamente à mercê de ciclos inflacionários difíceis de controlar.